O ENEPEA
O ENEPEA é o principal encontro científico dedicado ao ensino, pesquisa e extensão do Paisagismo no Brasil. Evento bienal, o ENEPEA é um fórum privilegiado que reúne professores, pesquisadores, estudantes de graduação e pós-graduação, além de profissionais e o público interessado no debate e no intercâmbio de idéias e referências sobre o Paisagismo no Brasil.
Atualmente existem outros fóruns que reúnem estudiosos e profissionais envolvidos com o paisagismo, de caráter nacional e regional – mas todos esses se articularam após o ENEPEA – a exemplo do Seminário Latino Americano de Paisagem, organizado no Rio de Janeiro pela Escola de Belas-Artes da Universidade Nacional do Rio de Janeiro, que busca integrar estudos latino-americanos sobre paisagem e cultura; ou ainda os congressos de floricultores e profissionais envolvidos com a atividade comercial de jardinagem e projetos de paisagismo.
O ENEPEA resultou do Colóquio sobre Ensino de Arquitetura Paisagística, realizado de 11 a 13 de setembro de 1993 na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo. Cada encontro realizado desde o ano de 1994 procurou discutir e responder o que se deve ensinar aos jovens estudantes de arquitetura e urbanismo sobre esse tema, assim como compreender melhor o que se entende em nosso País e no mundo por Paisagem e atualizar as tendências sobre o projeto de paisagismo.
Os ENEPEAs têm iluminado problemas relevantes da realidade nacional e orientado a ação de um grande número de atores interessados nessa área, além de apoiar os especialistas na formulação de diretrizes específicas para o ensino superior. Os ENEPEAs incorporaram e ampliaram o papel do Paisagismo na formação dos arquitetos e urbanistas no País, servindo como uma atividade de formação continuada para professores e pesquisadores. Resulta desses encontros bienais um saudável movimento orientado para a criação de disciplinas específicas voltadas ao ensino de Teoria, História e Projeto de Paisagismo, nas diversas escalas e abordagens - escala territorial, regional, metropolitana, urbana e local; e abordagens teórica e conceitual, histórica e cultural, métodos de projeto e técnicas de intervenção na paisagem.
Por outro lado, os ENEPEAs funcionam também como uma grande feira de pesquisas e intercâmbios de conhecimentos pedagógicos, onde são apresentados os resultados parciais ou finais de estudos realizados em cursos de graduação e pós-graduação. Mais recentemente, com a emergência de novas pautas sociais e comunitárias, valorizaram-se as atividades de extensão em relação à sociedade, representadas pelos inúmeros relatos de experiências que envolvem a prestação de serviços pelas Universidades para as comunidades ou mesmo o Estado. Esse quadro, por si, demonstra um avanço dessa área de estudos e conhecimentos, possibilitados pela realização sistemática desses encontros em diversas regiões do País. A escolha dos locais onde se realiza o evento depende de um grupo de pessoas e instituições capazes de garantir sua organização, mas objetivam também consolidar núcleos de professores, pesquisadores e estudantes nessas regiões. Esse é um objetivo importante, porque em um território imenso como o brasileiro, há uma distribuição desigual de oportunidades de estudo e de atualização de conhecimentos. A maioria das escolas de arquitetura e urbanismo no Brasil atual concentram-se nas regiões sudeste e sul, seguidas pelo nordeste, centro-oeste e norte.
POR QUE CURITIBA - EXPECTATIVAS
Os anteriores ENEPEAs sempre manifestaram interesse de realizar o evento em Curitiba, uma referência para os estudos de planejamento e gestão urbana no Brasil e no mundo. Muitos que virão a Curitiba não a conhecem diretamente, mas já a estudaram e têm muita curiosidade em relação à cidade e sua paisagem urbana e metropolitana, tanto do ponto de vista cultural como material. A reunião e cooperação de cinco cursos de arquitetura e urbanismo do Paraná (UFPR, PUCPR, Universidade Positivo, UEL e UEM) possibilitou realizar o próximo evento no Paraná (www.enepea.ufpr.br). Receber bem essas pessoas e propiciar-lhes uma boa reunião é um objetivo central que norteia o trabalho da comissão organizadora.
Hoje em dia o paisagismo está mais popularizado entre os arquitetos e urbanistas e outros profissionais, assim como entre a população – principalmente devido ao debate sobre as questões relativas ao meio ambiente e a busca desse tipo de serviço em um ambiente de estabilidade e crescimento econômico.
Contudo, a realidade do ensino, da pesquisa e extensão dessa disciplina entre as 202 escolas de arquitetura e urbanismo existentes no Brasil é muito desigual. Há muito para se fazer, e há locais onde sequer sabemos se o paisagismo está estruturado em termos de equipe de docentes, disciplinas, conteúdos e exercícios adequados ao ensino dessa atividade. Nos últimos vinte anos, houve uma expansão significativa do número de vagas e de cursos de arquitetura e urbanismo em nosso País. Hoje, 75 % delas são escolas privadas e na totalidade estima-se serem 40.000 os estudantes dessa carreira no País. Como afirmado antes, além da concentração dessas escolas na região sudeste e sul, em muitas dessas instituições de ensino a disciplina está inda em fase de estruturação. É nossa expectativa, portanto, reunir entre os participantes colegas que jamais estiveram num evento desse tipo com origem nessas regiões e escolas, públicas e privadas, e ao mesmo tempo, consolidar núcleos de estudo sobre o Paisagismo entre as escolas de arquitetura paranaenses. Envolver e compromissar esses novos atores com a continuidade dos ENEPEAs é outra meta desse trabalho, uma vez que ao realizar bienalmente os encontros gera-se a oportunidade de atualizar e intercambiar idéias, estabelecer vínculos pessoais e institucionais, promover o desenvolvimento desse campo de estudos e atuação.
CRITÉRIOS DA ESCOLHA DE TEMAS E PALESTRANTES
Os critérios foram alvo de consulta ao comitê científico do 9º ENEPEA, feitas desde meados de 2007 através da Internet a cerca de 50 pessoas de instituições de ensino superior das cinco regiões brasileiras. Coube à comissão organizadora formada pelos professores e arquitetos Paulo Chiesa (UFPR); Paulo M. Barnabé (UEL); Letícia P.A. Hardt (PUCPR); Roberto S. Adam (UPositivo) e Karin Schwabe (UEM) encaminhar e detalhar a proposta do atual 9º ENEPEA.
Os convidados externos respondem ao critério básico de trazer novidades para a arena de debates, tanto do Brasil como do exterior. Já os critérios para compor as mesas-redondas e coordenadores de sessões de comunicação objetivaram abrir oportunidades para convidados com legitimidade para falar dos temas tratados e de forma a contemplar diferentes opiniões e contribuições sobre esses assuntos. Além disso, ao planejar a distribuição das pessoas nas vagas para mesas, grupos de trabalhos e coordenação de sessões de exposição buscou-se colocar lado a lado novatos e gente mais experiente, representando a diversidade de representações do encontro (por estado e instituição). Com isso, queremos envolver e co-responsabilizar essas pessoas com a continuidade do ENEPEA.
Entre os conferencistas que comparecerão ao 9º ENEPEA três são estrangeiros e dois são brasileiros. Entre os arquitetos somos três (Walter Hood dos EUA, Bruno Dolcetta da Itália e Josep Ferrando Bramona da Espanha) e, entre os daqui, um tem formação em sociologia, jornalismo e pós na geografia (Demétrio Magnoli) e o outro sociólogo, antropólogo e doutorado em comunicação (Zé Márcio Barros). A escolha entre os estrangeiros buscou representar as duas correntes teóricas que alimentaram o paisagismo brasileiro: a européia e a norte-americana. É uma pena que nossa convidada argentina não poderá comparecer. Mas, mesmo assim está garantido um belo confronto de modos de pensar e valorizar as paisagens, com reflexos na forma de ensinar a projetá-la nas escolas de arquitetura e urbanismo. Queríamos também ouvir pessoas de fora do campo da arquitetura e do urbanismo, por isso convidamos dois conferencistas discursaram sob a ótica das ciências e das realidades com as quais trabalham. Finalmente, planejou-se iniciar o evento com uma boa análise conjuntural, a fim de identificar pautas novas que provocassem a criatividade e a criticidade dos participantes.
NÚMEROS DO ENEPEA
Os ENEPEAs têm atraído a cada edição um número maior de participantes. No atual encontro aguarda-se um público de 300 participantes entre professores, pesquisadores, estudantes de pós-graduação, profissionais e gente interessada pelo Paisagismo. Outros 210 estudantes de graduação são aguardados para as sete oficinas e mini-cursos já confirmados, uma média de 30 por turma. Ou seja, nossa meta é receber um público próximo aos 500 participantes.
O 9º ENEPEA acolhe 5 conferências principais, além de 3 mesas-redondas que se desdobram em 3 grupos de trabalho sobre o tema do ensino, da pesquisa e da extensão em Paisagismo. Já estão inscritos e selecionados 88 trabalhos para as comunicações orais e outros 35 para apresentação no formato de pôsteres. Os sete mini cursos ou oficinas reúnem 10 especialistas convidados.
A comissão organizadora, sediada na UFPR, reúne 5 Universidades paranaenses, 3 da capital e 2 do interior, sendo três públicas e duas privadas. O comitê científico e de articulação do 9º ENEPEA foi dilatado de maneira a incluir 51 representantes de escolas públicas e privadas de todas as regiões do Brasil. Ele compõe-se de 20 doutores no comitê científico, representando 12 universidades públicas e 03 privadas. Os demais 31 membros de articulação representam 22 universidades, sendo 12 públicas e 10 privadas. A distribuição dos 51 membros do comitê coordenador do evento por região do Brasil é a seguinte: 26 são do sudeste; 13 do sul; 8 do nordeste; 2 do centro-oeste e 2 do norte. A distribuição acima corresponde de certa forma ao peso de cada região entre as 202 escolas de arquitetura existentes no País.
Montou-se uma equipe de secretaria para apoiar os trabalhos com apenas 1 secretaria executiva e 5 estudantes bolsistas. A Fundação da Universidade Federal do Paraná foi contratada para nos dar apoio administrativo e de gestão financeira, dispondo de um responsável técnico que nos articula a seus departamentos específicos. Fora isso, um grande número de outros técnicos da UFPR e da iniciativa privada, participaram desde suas especialidades: diagramador visual, web designer, programador visual, assessora de imprensa, gráficos, motoristas, faxineiras, vigilantes, etc.
O receptivo do evento será responsabilidade de uma equipe de estudantes de relações públicas da UFPR, através de sua agência-modelo que lhes possibilita estágio e formação. Os estudantes de jornalismo da UFPR, através do seu Jornal Experimental, farão a cobertura dos quatro dias do evento, com o objetivo de disseminar a temática do paisagismo através de pautas jornalísticas inusitadas propostas pelos próprios alunos. Outros alunos de arquitetura estão envolvidos com tarefas de infra-estrutura, apoio à equipe de recepção, organização e monitoria das oficinas e mini-cursos, montagem das exposições e ambientação do evento no Centro Politécnico da UFPR. Uma turma de 50 alunos encarregou-se de reformar os jardins do espaço de convivência do CAUUFPR. Estão previstos roteiros de visitação à cidade de Curitiba e à Região Metropolitana, organizada para quem se inscreva nas listas a serem disponibilizadas durante a inscrição no evento – as visitas serão guiadas por estudantes de relações públicas e arquitetura.
ATIVIDADES PARALELAS
Estão programados os relançamentos de 4 livros recém-publicados no País e de uma tradução inédita, todas referentes à área de Paisagismo – para isso a Editora da UFPR disporá de um stand no saguão do Hall do Setor de Tecnologia da UFPR. Foram distribuídos 3.000 cartazes, enviados mais de 3.000 e-mails, 150 ofícios e correspondências. Serão emitidos entre 1000 e 1500 certificados de evento de extensão pelo Departamento de Arquitetura e Urbanismo da UFPR. A premiação do concurso de estudantes, financiada pela CEF e COHAPAR, será de R$ 9.000,00 distribuídos entre os três melhores trabalhos. O 9º ENEPEA distribuirá 500 cadernos de resumos e 500 DVDs com todos os artigos e pôsteres do evento. Exemplares dos Anais serão publicados e enviados para os participantes e bibliotecas universitárias, além de se planejar a edição e publicação de um livro com 1.500 exemplares contendo as conferências, os debates e as contribuições do evento para a área de paisagismo.